Os homens que somos......


Xamã, guerreiro, palhaço, amante e rei: os homens que somos


Por trás de nossas atitudes pessoais, existem qualidades coletivas e milenares, às vezes chamadas de arquétipos masculinos. Essas forças não pertencem apenas aos grandes sábios, pajés, samurais, sedutores, imperadores do passado. São inteligências disponíveis para os homens de hoje, você e eu, incorporarem a qualquer momento.

Quando alguém adoece ou encontramos algo sem vida, podemos surgir como curandeiros, alquimistas, transformando madeira em arte, alimento em prazer, depressão em brilho nos olhos. Operamos com forças invisíveis para muitos. Colocamos alma nas coisas. Tudo é massa de modelar. Tocamos, alcançamos os outros e os empoderamos. Ao descobrir nossa arte, somos xamãs.

Estamos cansados de ser nós mesmos. Queremos atravessar tudo aquilo que parece sólido, concreto, imutável. Queremos avançar sobre a vida, desbravar, destruir o que nos trava. Dentro e fora. Não ser tão refém de ansiedade, ciúme, orgulho e todas as aflições da mente. Não ser tão travado, com o corpo meio torto, agitado, contraído. Podemos usar o silêncio como arma. Vamos subir uma montanha só para aprender como ser assim, imóvel. Atentos, disponíveis. Somos guerreiros.

Às vezes não somos polidos ou adequados. Erramos pra valer. Tropeçamos. Bobos, ridículos, piadistas, arlequins. Pregamos peças para furar os joguinhos sociais e revelar o que todo mundo esconde. Brincamos, fazemos travessuras, trucamos, sorrimos. Não compramos a nossa própria seriedade. Somos palhaços.

Nosso próprio corpo supera qualquer romantismo abstrato. Queremos experimentar mais e mais jeitos de fazer uma mulher sorrir, se soltar, se abrir. Contemplamos, acariciamos, sentimos seu gosto, cheiro, sons. Cada sentido faz sua própria dança. Somos atraídos pelo imprevisível, pela malícia nas relações e na natureza. Somos amantes.

Levantamos a cabeça e olhamos ao redor. O que os outros precisam? Para onde caminham? Onde se perdem ou travam? O melhor líder é aquele que forja líderes. O maior império é onde temos nossas virtudes impulsionadas. Procuramos por precisão, aquela ação mínima, quase sem esforço, que derruba o primeiro dos cem mil dominós. Nosso poder começa quando oferecemos o trono. A bondade fundamental não tem inimigos. Somos reis.


Do papo de homem

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